quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Lembram de uns posts atrás quando discorri sobre o Art. 331?


Pois ele continua me perseguindo. Hoje, pela manhã, fui com PinduriCaio tomar vacina. Fiquei contente pois o posto de Saúde perto de casa (408 Norte) já voltou a funcionar depois de uma reforma de uns 5 meses. (Note-se que metade dos postos de saúde do DF foram reformados ao mesmo tempo causando filas enormes de crianças chorando nos postos que permaneceram funcionando. Além disso, notei que a reforma trouxe somente batentes de portas pintados e plaquetas de identificação nas portas e mais nada!!!)
Então, adentramos o posto, e vi uma sala com a plaqueta: VACINA. Peguei a caderneta do Caio e fiquei na porta esperando. Uma criança maior estava sendo vacinada. Quando terminou, fui logo entrando na sala. A servidora que lá estava me perguntou: É vacina? (Pensei: Não, minha senhora, queria um número um com coca, por favor...). Mas respondi: Sim. Vacinas de calendário normal, não é de campanha. Então a servidora abriu as portas que motivaram este post. Perguntou: Você passou pela triagem? Respondi: Não.  Então o senhor tem que passar pela sala ao lado antes de vir aqui. Respondi ok.  Na sala ao lado havia uma moça sendo atendida. Ela não conseguia definir, do cardápio de vacinas, quais queria tomar. E nessa o Caio já estava impaciente e começou a reclamar de fome (note que a mãe com o leite não nos acompanhavam). Depois que a moça conseguiu escolher, havia um senhor em seu terno que era o próximo da Fila. Aqui aparece um segundo causo que motiva o post. Por que será que este moço bem vestido e provavelmente bem instruído não ofereceu ao pai com a criança de colo chorando para passar à sua frente? Bem. Esperar que as pessoas façam delicadezas com as outras já é demais né? Ok. Seguimos esperando. O mais caótico de tudo, era que o tal em seu terno também não conseguia definir quais vacinas do vasto menu ele poderia tomar para ir para a Europa! Enfim. Eu e PinduriCaio esperamos... Quando ele foi para a outra sala se vacinar adentrei a triagem. Esperei mais um tanto pois não havia ninguém. Então, quem é que me aparece vinda da sala ao lado? A mesma servidora que me perguntou se eu havia passado pela triagem. Me informou que ela estava fazendo as duas funções.  Que está tudo errado no sistema público de saúde, todo mundo sabe, que tem falta de gente todo mundo sabe, que tem falta de equipamento, de instalações, de condições de trabalho, todo mundo sabe. Agora, me respondam: Por que é que a senhora me perguntou se eu havia passado pela sala de triagem, se a única pessoa com nenê naquele posto era eu e se a triagem era ela mesma?
Realmente, isso eu não posso suportar... Fiz a triagem, tomamos as vacinas e eu, enquanto segurava o PinduriCaio para tomar as picadas olhava para aquela tableta: Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou 
multa.”




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Um comentário:

  1. Grande Renato. É sempre uma delicia ler o que v. escreve. bjss Miriam

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