sábado, 12 de abril de 2014

ReJunte sai por aí


Esta é uma publicação de fôlego.  No link estão precisamente 276 fotos da Colômbia. Viagem que o ReJunte fez em Janeiro último. Pra quem pensa que é muito, vamos dar um panorama. Em realidade eram 1.600 fotos feitas com duas máquinas e dois celulares. Extraídas 300 que não tinham nem foco, sobraram 1.317. Então refizemos uma seleção tirando as menos interessantes. Chegamos a um grupo de umas 600. Para finalizar fomos desqualificando fotos que retratavam os mesmos lugares ou mesmos temas. Assim, chegamos ao seletíssimo grupo de 276. Mesmo sabendo que é muito, convidamos vocês a nos acompanharem neste role que o ReJunte fez, em férias, sem filhos depois de 7 anos sem fazer nada parecido! Na verdade, a primeira viagem desde que mudamos para Brasília.

Viajamos por 11 dias e visitamos Cartagena de Índias, Bogotá e Zipaquirá.  O que vimos foram lugares com muita história pra contar. Cartagena foi o principal porto da América Espanhola. Foi por onde se esvaiu grande parte do ouro roubado da América do Sul.  Foi importante, foi escravagista, resistiu a ataques de piratas ingleses e criou cenários para Gabriel Garcia Marquez.

Bogotá é uma cidade grande, pujante. O poder central de um país que ainda debate o narcotráfico como assunto delicadíssimo. Um país do plano Colômbia onde o exército está por todos os lados e onde a cultura se norteamericaniza cada dia mais. Bogotá estava em convulsão com o impeachment do prefeito Petro. Um prefeito com olhar social, um camarada interessante que ousou enfrentar cartéis de limpeza publica na cidade. Não permaneceu no cargo e as pessoas mobilizavam-se na praça Bolívar para que ele retornasse à prefeitura. Um movimento articulado pelo M-19. Movimento conhecido por ter invadido o ministério da justiça em 1985 para impedir a votação da lei que permitiria extradição dos narcotraficantes presos. (entre eles, o Pablo Escobar).  Neste episódio o exército invade o prédio com tanques e mata quem vê pela frente. E pra piorar, pessoas que foram fotografadas saindo vivas do prédio alguns dias depois, sumiram sumariamente. Até hoje não há pistas.

História pujante e latente que é uma ferida aberta para estes colombianos dos Andes.
Um lugar onde a história oficial está estampada em 25 tabletas de mármore por toda a praça bolívar, como que mostrando aos que alí circulam não só os fatos que construíram o país como também à quem pertence esta história.

Falando em história, Zipaquirá (Zipa era um líder indígena que iniciou a mineração na região) é uma cidade de mais de 400 anos que agrega uma mina de sal ativa que tem uma catedral de sal esculpida dentro dela. Lugar muito interessante.



Em todos estes lugares vimos um país de fortes contrastes, até mesmo considerando os 44º C da costa Caribenha e os 5º C que pegamos em Bogotá. Um país com uma elite americanizada, consumidora e pujante que também congrega uma pobreza profunda por todos os lados que se olhe. Um país que já foi dos mais perigosos do mundo e que fez reabrir o escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados no Brasil, tem pelas FARC um sentimento esquisito, um incômodo de um movimento de guerrilha que num certo sentido representa muitos dos princípios que se defendem em todo país. Ao mesmo tempo, sua criminalização e suas atitudes de guerra engasgam o orgulho colombiano.