domingo, 24 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

anÁliSe de fÔlEGo!

Então, o comitê organizador do II Name Pro Contest, considera encerrada a votação.

Vamos a elas:



Foram 105 votos, nessa etapa da peleja, vindos de dois continentes diferentes, 4 países e algumas surpresas. Tipo: Quem votou de Oslo, por favor se identificar. (The person who voted from Oslo, would you pls. Identify yourself??)

Ainda assim, 97,14% dos votos vieram do Brasil, 0,95% da Espanha, 0,95% França e 0,95% da Noruega (???).

Em termos locais, 40% dos votos partiram de São Paulo, 23,81% de Brasília, Jarinu - SP e Rio de Janeiro estão empatados (1,90%) – Arrepia Jarinu!!!! Enquanto isso, Belo Horizonte - MG, Sorocaba - SP, Jundiaí – SP, Santo André – SP, Diadema – SP, todas tiveram 0,95% do total.

65% dos votos vieram a partir deste blog, enquanto que o resto clicou diretamente de emails para o site de votação.

Para os militantes temos grandes notícias. 40% dos votos partiram de um navegador de software livre (Firefox), enquanto que apenas 34,29% partiu de um internet Explorer. Ainda tivemos 13,3% partindo de um navegador Safari e 9,52% de um Google Chrome. Em termos de sistema operacional as notícias não são tão boas. 76,19% usava um sistema operacional Windows enquanto que apenas 16,19% usava um Mac OS e 4,76% um sistema Linux. 

Em termos celulares as coisas estão no rumo interessante. 1,9% saíram de um sistema Android (software livre) e 0,95% de um AIphone.

De 110 visualizações da página, 105 votaram. Isso significa um índice de efetivação de 95%. As pessoas levaram, em média, 36 segundos para entrar na cabine de votação e efetivar sua opção.

75 (71,4%) votos foram dados em Março e 30 (28,6%) nos primeiros dias de abril. Ou seja, a maioria das pessoas preferiu não esperara as águas levaram embora o verão para efetivarem sua vontade política. 

Dos 105, devido à liberdade de expressão e vontade internética do votante, alguns votaram mais de uma vez. Digamos que houve duas pessoas que votaram umas 10 vezes. (Garantidas pelo sigilo da justiça eleitoral, elas não precisam se identificar tá?). O Comitê pensou em considerar apenas um voto desses nossos amigos fissuradinhos no botão de voto, mas com aprovação de 100% dos stakeholders, resolveu que é uma manifestação de carinho, de vontade e de militância dignas do processo democrático ReJuntiano. Assim, os votos foram considerados na sua integralidade.

Dessa forma, o pleito foi decidido nos detalhes. As campanhas foram intensas. João, foi o nome comum e forte. Pedro veio na mesma linha e tinha a vantagem de se alinhar com a irmã para formar a dupla “Pedro de Lara”. Completando os apóstolos, Lucas entrou na fila um pouco mais delicado. Caio correu por fora, liderou pesquisas e foi muito achacado. Disseram que poderia “Cair” na primeira pessoa do singular. 

Por fim, o quarto colocado ficou com 11,4% dos votos. Nos surpreendeu mas Pedro recebeu apenas 12 votos, mesmo tendo apresentado força inicial. Pedreu fôlego nos últimos dias de campanha.

Daí pra frente a coisa foi feia. Entre o terceiro e o primeiro colocados apenas 2 votos de diferença!

O terceiro colocado ficou com 30 votos, ou 28,6% do total, o segundo com 31 votos, ou 29,5% e o vencedor com 32 votos, ou 30,5% do total. 



Puis é, meu povo. Eleito por maioria simples, Caio fará seu discurso de posse na vida assim que vier ao mundo. Aguardem sentadinhos mais notícias sobre o gajo de Brasília. Por enquanto, queremos que ele fique guardadinho no estojo da mãe dele, sem acesso a imprensa para descansar de uma campanha intensa.

Os organizadores gostariam de se pronunciar, dizendo que gostaram muito da voz do povo e do resultado do pleito. O processo democrático, participativo e quase autogestionário, trouxe todo mundo pra um tantinho mais perto dessa nossa mais nova aventura Candanga. Obrigado pela participaçã e por compartilharem de mais uma produção do ReJunte.


PS – O comitê organizador alerta para possíveis alterações no resultado da eleição caso o rapaz venha ao mundo com cara de algum outro nome tá?




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domingo, 3 de abril de 2011

Xiiiii... Fomos descobertos!

Na mesma linha nostálgica do post anterior, publicamos aqui um artigo que o Rê escreveu em 2004. Ele questiona o conceito de descobrimento que nos assola desde o século XV.

Com este artigo comemoramos o 200º post neste Blog.

Boa leitura!


Xi! Fomos descobertos!
Renato Bock*

A América Latina foi inventada nos fins do século XV. Alguém duvida?
Colombo em 1492 e Cabral em 1500 trouxeram o iluminismo europeu para terras do além mar. Descoberta, ela já estava há muito pelos índios que aqui habitavam, no entanto, o eurocentrismo que ganhou espaço na época dos “descobrimentos” não teve humildade de respeitar os nossos índios nem quando cunharam o termo para definir como e por que chegaram aqui.
Aos semicerrados e desconfiados olhos dos latino-americanos a descoberta efetiva dessa região geográfica data aproximadamente 12000 anos atrás. Escavações arqueológicas em Monte Verde, no Chile, encontraram indícios de passagem humana de até 12500 anos. Acredita-se que o homem entrou na América passando pelo congelado estreito de Bering localizado entre a área hoje compreendida como o estado norte americano do Alaska e a Rússia. Como eles podem ter demorado muitas centenas de anos para chegar até o Chile, acredita-se que o Homem descobriu efetivamente a América Latina muitos anos antes.
Quando os Portugueses e Espanhóis aqui chegaram, dos Esquimós do norte da América do Norte aos Habitantes da terra do Fogo ao sul da América do Sul, os ameríndios habitavam os ambientes mais variados, passando pela mata amazônica, pela cordilheira dos Andes e pelas Ilhas do Caribe. Variadas eram também suas culturas, contando com grupos caçadores, coletores, sociedades agrícolas sedentárias e com alto grau de complexidade social.
Dessa forma, os europeus que nos desculpem, mas “descobrir” não é exatamente o termo para descrever sua chegada aqui. “Inventar” talvez seja uma palavra mais adequada, sem perder o charme da novidade. Fomos inventados para satisfazer o ego e a ânsia européia por novos mercados. O espaço Latino-americano foi inventado para suprir a Europa de metais preciosos e uma pauta de outros produtos daqui retirados. Inventados como resultado de pesquisa científica que cumpriu o papel de resolver problemas enfrentados pela sociedade européia na época.  
A palavra descobrir nos remete a um processo mágico e historicamente descomprometido. Quando falamos em descobrimento entendemos que um nobre cidadão europeu gritou “terra à vista!” quando passava férias em uma esquadra saída de Portugal. Não foi bem assim. A palavra descobrimento oculta o cenário político e social-econômico da Europa, bem como o árduo processo científico até que se chegasse à construção de equipamentos que, com resistência e certa precisão, permitissem tão longínquas aventuras. A palavra descobrimento esconde todo o processo de desenvolvimento do mercantilismo que dominava a Europa.
Além disso, a palavra descobrimento tem um sentido positivo em nossa língua. Descobrir algo é sempre bom e se refere a encontrar pela primeira vez; nunca se refere a qualquer prejuízo que possa ter ocorrido. No caso do descobrimento da América, ou do Brasil em nosso caso mais específico, deixa-se, de lado, as conseqüências para os povos que aqui viviam, que foram catequizados, dizimados ou escravizados.
A História, bem como as outras ciências, é intencionada em seus registros. Ela cita nomes e faz juízos de valor dependendo de quem a utiliza. Exemplo mais claro da parcialidade da história é a chamada “Expansão do Império Romano”. Expansão é um nome criado pelos que tinham a história nas mãos para denominar o domínio dos povos Bárbaros pelos Romanos. No entanto, quando os povos dominados encheram-se de forças para retomar suas terras a história ousou registrar como “As invasões Bárbaras”. Assim, a história de nossa América Latina também foi registrada de modo a deixar ocultado um conjunto de dados e aspectos fundamentais para que, hoje, compreendêssemos melhor nossa realidade política, social e econômica.
Antes de nos rendermos a termos históricos e a juízos sobre heróis e vilões devemos, primeiro, nos apossar de nossa consciência crítica e perguntarmos: quem escreveu essa história?


* Renato Bock é Latino-americano, brasileiro, paulistano, economista formado e pós-graduado pela PUC-SP.
E-mail: r.bock@uol.com.br