Aos 10 dias de vida já levanta o dedinho antes de se pronuciar. No momento capturado, Lara fez uma proposta para redução do tempo de intervalo entre uma mamada e outra, no sentido de verticalizar de forma exponencial a curva de seu crescimento. Agora, com 49 cm e 2,900 kg.
Dez Minutos de Idade (Fernando Sabino)
ResponderExcluirA enfermeira surgida de uma porta me impôs silêncio com o dedo junto aos lábios e mandou-me entrar.
Estava nascendo. Era um menino.
Nem bonito, nem feio; tem boca, orelhas, sexo e nariz no devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer, e saiu-se bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida.
Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto de eternidade.
Portanto alegremo-nos. A vida também não é bonita nem feia. Tem bocas que murmuram preces, orelhas sábias no escutar, sexos que se contentam, perfumes vários para o nariz, mãos que se apertam, dedos que se acariciam, múltiplos caminhos para os pés.
É verdade que algumas palavras, melhor fora nunca dizê-las, outras nunca escutá-las. Olhos há que procuram ver o que não podem, alguns narizes que se metem onde não devem. Há muito prazer insatisfeito, muito desejo vão. Mãos que se fecham. Pés que se atropelam.
Mas o simples ato de nascer já pressupõe tudo isso, o primeiro ar que se respira já contém as impurezas do mundo. O primeiro vagido é um desafio. A vida aceitou o novo corpo e o batismo vai traçar-lhe um destino. A luta se inicia: mais um que será salvo. Portanto alegremo-nos.
Menino sem nome ainda, não te prometo nada. Não sei se terás infância: brinquedo, quintal, monte de areia, fruta verde, casca de árvore, passarinho, porão fantasma, formigas em fila, pão com manteiga, beira de rio, galinha no choco, caco de vidro, pé machucado.
O mundo hoje, tal como estou vendo da janela do meu apartamento, desconfio que te reserva para a infância um miraculoso aparelho eletrocosmogônico de brincar ou apenas uma eterna garrafa de coca-cola e um delicioso chica-bom.
Aceita, menino, esses inofensivos divertimentos. Leva-os a sério, com aquela seriedade da infância; chupa o chica-bom, bebe a coca-cola, desmonta e torna a montar a miraculosa máquina de brincar de nosso século, que a imaginação de teu pai jamais poderia sequer conceber.
Impõe a essas coisas e a essa vida que te oferecerão como infância a sofreguidão de tua boca, a ousadia de teus olhos e a força de tuas mãos. Imprime a tudo que tocares a alegria que me destes por nasceres.
Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te abençôo. Dela te nascerá uma convicção. Conquista-a também - e vai viver, em meu nome. Nada te posso dar senão um nome.
Nada te posso dar. No teu primeiro instante de vida a minha estrela não se apagou. Partiu-se em duas e lá no alto uma delas te espera, será tua. Nada te posso dar senão um nome e esta estrela.
Se acreditares em estrelas, vai buscá-la.
Espero que a pequena deputada consiga ter o seu projeto-de-lei aprovado pelo papai-senador e sancionado pela mamãe-presidente.
ResponderExcluirBeijos,
Paloma V.
Como ela é linda! Vocês estão de parabéns pela Fofolete! Júlia, quando puder já receber visitas avisa! Muita gente aqui do Ibama quer conhecer a Lara. Enquanto isso, muitas mamadas pra Lara! Beijos e muita saúde a todos vocês!
ResponderExcluirRenato vc foi clonado!
ResponderExcluirhehehe que menina esperta.
ResponderExcluirEdgar"d"
a cara de ocês!!
ResponderExcluirrararararararar
felizes!!